Automação avança na indústria e no setor de comércio e serviços
O conceito de automação já está plenamente difundido nas empresas e é visto como um dos caminhos para a produtividade e a inovação. Já para a indústria, está mais ligado à produção e logística com o uso de maquinário, esteiras e sensores óticos, enquanto para o comércio e serviços ele se amplia a todos os equipamentos que tornam os processos mais eficientes — incluindo sistemas de gestão do ponto de vendas e de estoque.
As informações são do estudo “Diagnóstico da automação no Brasil”, elaborado pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, com o apoio da GfK Brasil. O relatório aponta o nível de automação no país nos segmentos de indústria, comércio e serviços, além da adoção de novas tecnologias pelo consumidor brasileiro. O objetivo de auxiliar empresas a se posicionarem no mercado e a estarem prontas para novas demandas.
Na indústria, foram entrevistadas 1.478 empresas de todos os portes e em todas as capitais do país. Em comércio/serviços foram realizadas 2.169 entrevistas com empresas de todos os portes e abrangência nacional. Nos dois casos, a margem de erro é de 2,5% para mais ou menos.
A indústria relaciona automação a seis principais frentes: sistemas, logística, fábrica, atendimento, relacionamento com o empregado e relacionamento com o cliente. Além de outras ferramentas que auxiliam seus processos, em 37% das indústrias a ferramenta de CRM é usada para se relacionar com o cliente. O Business Intelligence-BI (sistema de processamento de grande volume de dados) é usado em 34% dos casos. Já o Material Requirement Planning (MRP), é usado por 33% das indústrias entrevistadas.
Em duas frentes, fábrica e logística, a indústria demonstra alta maturidade nos seus processos. As fábricas têm em média 5,51 linhas de produção, sendo que 68% delas são automatizadas — processos realizados com máquinas sem intervenção humana. As ferramentas para recebimento de notas fiscais via sistema XML são usadas por 93% das empresas. A comunicação com os fornecedores para essa finalidade é padronizada em 75% dos casos. E os sistemas que disparam avisos para o setor de compras e vendas quando o estoque atinge nível crítico está presente em 49% dos casos. Além disso, 76% da amostra possui um canal de atendimento ao cliente e, 32% possuem Unidade de Resposta Audível (URA).
Comércio e serviços
Logística, sistemas, atendimento, loja, relacionamento com o colaborador e relacionamento com o cliente ão as frentes de automação do segmento comércio e serviços. Os sistemas de gestão estão presentes em 53% das empresas. Outras ferramentas são bem difundidas como o CRM, adotado por 31% das empresas entrevistadas; e os sistemas de BI são adotados por 29%(veja Ilustração). O sistema de gerenciamento de dados (Vareou-se Management Systems-WMS) está em 16% dos casos.
A comunicação com fornecedores já é padronizada em 62% dos casos e em 41% o estoque envia mensagens automáticas quando há a necessidade de reposição. É importante destacar que pelo menos 62% do comércio têm leitor de código de barras e o meio de leitura é o laser em 97% dos casos. Das empresas que monitoram o comportamento de compra do cliente, 65% possuem um canal de atendimento ao cliente. 25% já identificam o perfil do consumidor. Destes 25%, 72% usam essa identificação para oferecer produtos e serviços de acordo com as suas preferências. Dos diversos canais de relacionamento com clientes nas empresas, 20% compartilham dados de comportamento de compra.
Os números demonstram os ganhos que empresas têm em seus processos com uso da automação e como o consumidor está muito mais conectado até mesmo no uso de um eletrodoméstico. Acompanhando os resultados desta pesquisa, poderemos entender nas próximas edições o crescimento da automação no país.
Consumidor e tecnologia
O estudo analisa também a influência que os recursos tecnológicos causam no comportamento do consumidor e como esse fenômeno alterou a interação entre ele, empresas e produtos. Para compreender a automação na vida dos consumidores, o estudo foi dividido em seis frentes: acesso à internet, eletrodomésticos/eletroeletrônicos, o uso de aplicativos de celulares, a automação residencial, tecnologias no carro e o uso de itens pessoais como os wearables (tecnologias vestíveis).
Em 2.003 entrevistas em todas as capitais brasileiras com consumidores acima de 18 anos, das classes A, B e C, foi possível identificar o quanto as tecnologias facilitadoras estão presentes na vida das pessoas e sua intenção de intensificar o uso no futuro. O consumidor relaciona a automação diretamente à tecnologia e inovação. Segurança e economia foram outros benefícios apontados. Grande parte da amostra possui celular (97%), sendo que 71% deles são smartphones. 94% dos entrevistados têm acesso à internet por meio do Wi-Fi em suas residências. Em média, os entrevistados possuem 11 categorias diferentes de aplicativos, sejam eles para se comunicar, relacionar, assistir a filmes ou ouvir músicas.
Os entrevistados possuem, em média, seis eletrodomésticos/eletrônicos em suas residências e pelo menos um deles permite o acesso à distância. Isto é, o consumidor consegue programa-los ou monitorá-los remotamente pela internet ou aplicativo. Cerca de 15% dos entrevistados têm pelo menos um item pessoal inteligente (wearables). Os mais citados são relógios com monitoramento cardíaco e de treino. E é no automóvel que o consumidor convive mais com a automação. Sensor de ré, bluetooth, computador de bordo e controles no volante já são considerados itens comuns. Os mais recorrentes são bluetooth, em 41%; sensor de ré, em 38%; e painel digital, em 31% dos carros. 25% dos entrevistados afirmam possuir carro com câmbio automático e controles no volante.
É possível afirmar que a automação está presente na vida do consumidor e ele percebe seus benefícios. 82% dos entrevistados pretendem melhorar a automação da sua vida já nos próximos 12 meses com a aquisição de novos produtos e dispositivos, pois a conexão de smartphones a eletrodomésticos, câmeras (na casa e no condomínio) e no painel digital (no carro) já faz parte do cotidiano.
De acordo com João Carlos de Oliveira, presidente da GS1 Brasil, a entidade pretende fornecer à comunidade de negócios o entendimento da dinâmica da automação no país. “Ao mostrar como empresas e consumidores adotam a tecnologia e automatizam seus processos, temos mais orientação sobre os caminhos a trilhar para evoluir e inovar cada vez mais.” Oliveira conclui que a tecnologia está diretamente ligada à evolução do uso da automação. Tanto consumidores quanto empresas, de maneiras diferentes, buscam a automação para agilizar os seus processos, facilitar a sua vida e ter ganhos.
Fonte: IDGNow